SINTO SAUDADES!...
Em algum lugar fora do pretérito
Longe do presente
E, quiçá esteja no futuro...
Sinto saudades do teu olhar no meu
Dos teus dedos...
Como se patinhas de borboleta fossem,
A passear por meu rosto
E, devagar...
Teu rosto aproximando-se do meu...
Em meio ao eclipse de nossos olhares
Sinto saudades...
De teus lábios suavemente encostarem-se nos meus
Fazendo fecharem-se as janelas de nossas almas
Ao mesmo tempo em que essas se envolvem
Num doce enlace, flutuando sobre as nuvens...
Sinto saudades...
Nesse momento apertamos o laço do abraço
E, sentimos cada milímetro da saudade
Diluindo-se como se fosse um algodão doce
A escorrer em calda farta e milagrosa,
Transubstanciada em gotas de saliva
Que escorrem como um rio afluente a desaguar
Por entre nossos suores...
Sinto saudades...
Mutuamente nos beijamos nos lábios,
Na testa, rosto, pescoço...
E, teus lábios alcançam meu colo
Enquanto dois pares de mãos dançantes ensaiam
Um balé clássico em corpos sedentos...
Sinto saudades...
Uma música suave ecoa na penumbra
Nós dois unimos as palmas de nossas mãos...
Enquanto a música lenta arrepia nossas peles,
E, nós incontinente suspiramos...
Ah! Que esse momento nunca termine!
Então, enlaçamos nossas mãos.
Sinto saudades...
Nossas bocas em volúpia procuram-se mutuamente.
E, a música segue a movimentar nossos pés...
Enquanto um raio lunar ilumina nossas roupas
Que sem controle espalham-se pelo chão...
Em seguida, sou carregada por braços de anjo
Que me conduzem docemente...
Para apresentar-me ao paraíso
Agora, nada mais quero nada mais preciso.
Ah! Sinto saudades... Quando tu vens?!