Pés cansados...

Minhas sandálias já gastas de ir pelos caminhos
Atrás da vida, de você, dos momentos, do seu carinho
O sol forte batendo no meu rosto, me esfolando a pele
Fere os meus pés, mas vou porque a razão me impele

De ir ao teu encontro enquanto a vida respira
Na pele já dourada pelo sol da manhã que inspira
E mesmo com o corpo abatido pela procura, ergo o rosto
Procurando no horizonte a razão do que já tenho posto

Mas vou caminhando mesmo assim, até enraivecido
Sem medir consequências, sem se dar por vencido
E tudo aquilo que a mim um dia pediste
Eu fiz o que pude, ora alegre ora triste

Novamente o meu coração quando ao amor se render
Direi a ele ir adiante sem nem mesmo mea-culpa fazer
Também darei a ele mais uma chance e prometo me calar
Dando ao amor a palavra e o que ele tiver a mim falar

Não mais em riste estarão os meus dedos
Fugidio que fui, da vida e do amor, e o medo
Do horizonte onde vejo aquela nuvem imensa
Sentirei novamente você, o teu amor, a tua presença

E me chegarei a ti com os pés esfolados do caminhar
A pele enegrecida de tanto calor, de tanto andar
Não mais irei longe, nem mais me desviarei
Porque para nenhuma outra tanto amor entreguei

Paulo Eduardo Cardoso Pereira
Enviado por Paulo Eduardo Cardoso Pereira em 07/03/2021
Reeditado em 01/09/2022
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