Janelas da alma

Gosto de visitar o passado

Para sentir o seu significado.

Sei que nada pode ser mudado,

Mas tudo nos serve de aprendizado.

Simplesmente imagino

Que estou no túnel do tempo.

Vou andando de mansinho,

Conduzida pelos sentimentos.

Chego ao templo da memória,

Lugar de paz e de luz radiante.

Em cada janela, uma trajetória,

Um filme de tudo o que vivi antes.

Mnemósine, a guardiã, me revela

Que há tesouros em cada janela

E que esses tesouros são cada emoção,

Cada momento que tocou o coração.

Em cada janela da alma,

Revejo minha própria vida.

Abraço a quem me faz falta

E revivo cada alegria.

Há janela que me faz chorar,

Há janela que me faz sorrir.

Há janela que me faz perseverar

No caminho que eu escolhi.

Revejo cada momento

E guardo tudo no coração.

Agradeço por visitar o templo

Da sagrada dimensão.

Mnemósine me leva, então,

Até o Rio do Esquecimento.

"Alivia o teu sensível coração

E entrega ao rio o teu sofrimento.

Esquecerás de tudo,

Para nunca mais sofrer.

Ou podes transmutar teu mundo

E dar outro significado ao teu sofrer.

Em tudo o que vives, tens o poder;

Esquecer ou transmutar é uma decisão.

As janelas mostrarão o que quiseres ver,

Todas elas são um portal para o teu coração"

À beira do rio, deixei lágrimas apenas.

" Mnemónise, decido transmutar,

Pois esquecer não vale a pena.

A minha escolha é ressignificar"

Uma linda luz dourada me envolveu,

Uma luz violeta surgiu de cada emoção.

Naquele momento, minha alma transcendeu.

Eu pude sentir o universo em expansão.

Foi quando abri os meus olhos

E vi um beijar-flor perto de minha janela.

Sorri para ele e disse" É segredo nosso!"

Compreendi sua natureza etérea.

Maria Cleide Pereira (MCSCP)

Maria Cleide da Silva Cardoso Pereira (MCSCP)
Enviado por Maria Cleide da Silva Cardoso Pereira (MCSCP) em 27/03/2021
Código do texto: T7217155
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