Caro Sabiá

Sabiá, meu caro amigo viajante

Avisei a João que estou a caminho

Diga-o o quanto estou em romance

Peça-o para que me receba com carinho

Sabiá, sabes bem a quem fui a confessar lá nos mangues

Andorinha vizinha, Sabiá, que criaturinha linda em sorriso

Logo que a vi, piei, rebolei-me todo em sedução cativante

Atrapalhei-me, Sabiá, deixando-me levar pelo calor sem juízo

Voou tão distante a criaturinha, caro amigo, tão distante

Piei em dor ao luar, pensando se voltaria a cantar em delírio

Chorei, Sabiá, sem saudades de um amor correspondido para sarar.

Passei desta fase vergonhosa, Sabiá, pela dor sem motivo

Saí pelos céus a fora, até que ficassem alaranjados, em busca de um lugar melhor

Machuquei-me em encontro de alguns galhos em frente ao destino

Sabiá, busquei ela, admito, Andorinha que sempre sorria ao redor

Penso somente em suas plumas a voar no horizonte, como se não fossem voltaria

Nunca mais as vi, Sabiá, que saudade de quem não me conhecia, que dó

Sabiá, amigo, tudo o que desejo é que eu volte a vê-la, só um pouquinho

Então voarei a seu encontro, Andorinha linda, que desconhece meu amar.