Queria ter uma amor para a ele esse poema dedicar.
Poderia como fiz tantas vezes e como fazem os poetas:
Adorar “um amor inventado”.
Mas mesmo negando “estoy enamorado”.
Não se trata de uma mulher,
ainda que de mulher meu amor tenha nome,
e como mulher se vista de várias cores, tons e deixe sabores.
Chora mais que as outras,
e parece que seus olhos alimentam
volumosos caminhos: Calle-Calle, Cau-Cau e Cruces.
É imprevisível: se comporta de várias formas em um mesmo dia.
Parece quieta, tímida, sozinha.
Mas ninguém sabe o que se passa dentro do
seu coração, que pode explodir a qualquer momento.
Teus cabelos me encantam:
como copas de Arrayán, Avellano, Luma, Murta, Quila e tineo.
Da sua boca sai o som que me tira o sono:
sussurra ao meu ouvido quando vem do leste ou do sul
e grita quando chega do oeste ou do norte.
Tens o nome de um conquistador
e não preciso nada mais dizer:
sou um rio a caminho do A(mar).