Toc Toc
As batidas na porta
Acordaram meus olhos,
Abordaram meu sono
Em pleno sonho,
E me trouxeram o cheiro
De uma manhã sem precedentes,
E o sabor de um desjejum nunca provado...
Apavorado, sentei-me, súbito
À tua espera,
Mas tu não eras...
Era o leiteiro,
O jornaleiro,
Era o carteiro,
Eram batidas do mundo inteiro
Mas, as tuas batidas não vieram,
Não viram o meu sofrimento alheio
A tudo o que escuto e vejo,
A tudo o que percebo e penso...
As tuas batidas eram
O meu desejo imenso
De bater, bater, bater
Na tua porta
Todo o tempo.
14 de outubro de 2005