Chave da alma

Sopra forte

O vento da saudade...

Polvilhando-me de resquícios de ti...

Refugio-me na alma

E tranco-lhe a porta...

Devoro,

Em lautos banquetes,

Doses maciças de desrecordações,

Diante das cortinas cerradas do sonho!

E bloqueio o pensamento!

Deito-me com as lembranças,

Pensando que estou só;

Aqueço-me com o desejo,

Pensando que não te quero;

Faço dormir um corpo faminto,

Pensando que está cansado...

Mas dentro da minha alma permanecem,

Teus aromas,

Teu sabor,

Teus beijos molhados...

Contraio os músculos do pensamento,

Desprendo-me das memórias,

E alieno-me no desejo e na loucura!

Dentro de mim estás tu,

Fogo que me consome...

Tenho que sair de mim...

Onde deixei a chave?!

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goretidias
Enviado por goretidias em 11/11/2007
Reeditado em 11/11/2007
Código do texto: T732440