Desejo

Oh! Amor meu

O teu estado de inércia

Causou sem efeito

O viver do nosso amor,

Deteriorando a esperança

De possuir-te em mim

De permanecer em ti

Presencio agora teu corpo a percorrer

Sem o meu para aquietar-te,

Compreendo que tens em mais profundo olhar o meu amor em ti.

Percebo que teus lábios detêm o sabor dos meus.

Ah! Amor meu! Está em ti meu calor

Está em ti, meu amor!

Sinto em tuas mãos as linhas que delineaste ao meu corpo tocar.

Teus dedos dedilham em saudades o desejo da minha pele sentir.

Sinto que teu ofegar é maior agora,

Pois o meu cheiro tua saudade quer furtar.

Ah! Amor meu! O que queres então de mim esconder?

Permites de vez esse amor florar

De todo a saudade partir e vens aqui, comigo ficar!

Chorastes não por uma vez,

Mas chorastes por muito em meus braços.

Vi lágrimas a percorrer em teu rosto,

E o fizeste por profetizar a dor da nossa separação!

E o fizeste por saber que não poderia ter-me

Como teu coração e teu corpo pediam.

Ah! Amor meu!

Sim! És o meu amor!

És o homem que encaixa em todo meu ser.

O homem que cobre o meu corpo e deixa-o quieto em paz.

És o homem que meus lábios percorrem por todo.

Meu corpo molhado de saudades

Tem por ti completa plenitude de prazer.

Contemplo-me em ti...

Amor meu!

Sou a tua mulher.

A mulher dos teus sonhos.

Sonhos que não lembras mais.

Sonhos que deixastes partir e perder-se do teu querer.

E sabes ao ver-me,

Sim! Sabes!

Sabes ao penetrar em minha alma,

Meu corpo,

Meu todo.

Agora,

Calas então, é o que fazes melhor.

Teu silêncio é por nós conhecido e presente.

Sabes a causa do teu silenciar,

Pois em ti é latente o medo.

Tua alma quer!

Teu corpo quer!

Tua coragem foge!

Afinal, a busca do coração satisfazer

Não é por ti permitido.

Cansas teu corpo na corrida do dia a dia.

Cansas em luta constante

Esconder-te de mim.

Ah! Amor meu!

Corpo tão conhecido por minhas mãos

Por meus lábios.

Por meus beijos.

Ah! Saudades de teu corpo.

Saudades de tua tão gostosa voz.

Rouca a pedir mais amor.

A pedir por meus abraços a te sufocar

A pedir por meu calor a te possuir.

O que então te resta?

Sei!

Sabes!

Sabemos!

O silêncio é tua armadura fácil.

O silêncio é protesto tão por ti conhecido.

Deixaste- me!

Deixaste-nos!

Afogaste no abismo de tua alma.

Teu amor.

Meu amor.

Nosso amor.

Segues então...

Não buscas mais ser amado.

Vives hoje na linha do ser tolerado.

Toleras a vida.

Toleras o dia a dia.

Toleras e bem o sabes: És tolerado

Ah! Amor meu!

Deixas então no esquecimento tão grande amor.

Deixas sem nada falar.

Deixas sem nada mais registrar.

Resta-me então despedir-me de ti...

Despedir-me de nós...

Despeço-me com um selo.

Sim! Amor meu!

Selo esse encontro.

Não com um beijo,

Ou meu olhar.

Mas selo nosso adeus,

Levando a saudade em minha alma cravada.

Deixo em ti o vazio que em tua alma permanecerá.

Vazio da ausência de um amor...

Vazio da ausência do meu amor.

Do nosso amor...

Vazio em todos os teus dias que percorreres em busca de carinho.

Em busca do calor da paixão.

Vazio em todos os teus dias que percorrerás

Em busca de meu calor, meu respirar por ti

E não mais me encontrares.

Sim!

Meu amor

Selo esse encontro

Partindo de ti

No tempo do agora

E deixando contigo

Para tua eternidade

O vazio de uma vida sem nós.

Fatimiha
Enviado por Fatimiha em 26/09/2021
Código do texto: T7351047
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