Foste...

Soubeste contornar a luz que irradiava do meu coração e escapaste das labaredas que me cercavam.

Fugiste.

Fiquei.

Sem a certeza de que voltarias, esperei.

Deixei que as chamas me consumissem até nada mais de mim restar.

E nada mais de mim realmente restou... a não ser a minha dor.

Partiste.

Levaste o meu coração, fonte do meu sofrer, mas não levaste a dor que nele existia.

Deixaste-a comigo,

eu, destruída, sem hipóteses de reconstrução, nem mesmo ressuscitando, por crença n'Aquele Pai que tudo pode.

Angústias invadem o meu ser que nada mais é do que cinzas escarpadas ao vento... o vento que te levou...

Que te levou...

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Annali Tavares in

15.11.2017