Um conto brejeiro

O tempo desmaiou água no chão,

Era a pestana do céu

Esfregando os olhos com a mão,

Vento rilhava  as folhas, rodopiava  estirante na ponta do velho pião.

Andando na terra vermelha

Levando poeira de estiva

Neste sertão granelheiro

Com meu coração no chão.

Eita lembrança do som

Quando cavalgo sela de couro

Montado no cavalo malhado

Até a queima do alho alimentando

A barriga no prato velho do ouro.

A noite era um kilo de medo

Assoprando  coivara  no brejo onde

Areia fininha  de brancura, beijava

O espelho d'água na beira do rachão.

Muriçoca fazia pasto nas costas

Queimava de fazer bico de sopro

Até o sono chegar enjoado  de contar estrelas  trazendo descanso  são.

demetrioluzartes
Enviado por demetrioluzartes em 01/12/2021
Reeditado em 01/12/2021
Código do texto: T7397893
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.