Seus ponteiros nunca param de girar
Preciso de tanto
mas tenho tão pouco
uns dias sou pranto
noutros, um louco
O tempo é impaciente, e vai passando
já não consigo lhe acompanhar
tudo rapidamente vai se movimentando
enquanto esse mundão gira feito carrossel, sem parar
Encontro integrantes do meu passado
relembro nossas histórias vividas
essas memórias vão virando um letreiro embaçado
em instantes ficam para trás, por fim, esquecidas
Corro pra pegar o busão
agora preciso trabalhar!
Quem um dia já morou no meu coração
hoje, sequer consigo me lembrar
A vida vai seguindo
tantos amores, tantos passados
ao continuar prosseguindo
rostos que eram familiares, vão sendo enterrados
Visitei lugares
que hoje são uma lembrança
me lavei em nostálgicos mares
gargalhei como criança
Parei e voltei no tempo
pros momentos que me marcaram
para aqueles dias de passatempo
que meu caráter formaram
Mas o relógio preso em meu braço
não espera o fim de um maço
não espera o encerrar de um abraço
não espera o silêncio após o falar
não me espera, e nem costuma se atrasar
pois seus ponteiros nunca param de girar