Cartas à Dinamarca
Deixei chover sob as ruas da Dinamarca
Junto a uma multidão que também derramava
Eles por seus motivos
Que não minhas cartas nunca enviadas
Tirei minha armadura e me sentei desarmada
Chovi por minhas decisões erradas
Pelos caprichos
Que me levaram a deixar pessoas amadas
Talvez fossem gotas desperdiçadas
Afinal não se pode fazer nada
Pelos dias corridos
E as horas mal usadas
Não fosse a velha saudade cansada
Talvez minha memória não me voltasse aquela sala
Material muito antigo tende a estar apodrecido
Para novas estradas
De qualquer forma
Agora
Não posso voltar a Dinamarca
Sem observar nas calçadas
Vividos vestígios
De gotas de chuva imaginárias