Um Adeus no Silêncio

Ouço um grito de adeus,

Do abismo dos sonhos meus.

Com o lirismo dum poema

Da tristeza mais extrema.

Como um som angustiado

Pelo silêncio abafado.

Como uma prece mortiça

Com solenidade de missa.

De quem é esta despedida,

Musical e tão dolorida?

Será alguma alma agonizante

Perdida em lugar distante?

Dolência de suspiros

Tendo sombras como retiro?

Talvez seja sonho a voar,

Por cadavérico céu de luar.

Ecoada com certo critério

Dos lábios do mistério.

Quero saber de onde brota

Esta ígnea flor ignota.

Quero saber quem assim

Despede-se tristemente de mim.

Talvez esse tristonho adeus

Seja a despedida dum deus.

Talvez eu nunca descubra

Mas o pensamento elocubra.

Perdendo-se na densa bruma,

Para o nunca mais ele ruma.

E num espasmo de ânsia,

Se vai o adeus triste da infância!

Luis Felipe Saratt
Enviado por Luis Felipe Saratt em 20/11/2007
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