O CAPITÃO DO NAVIO

 

Hoje estou retornando para o mar ,

serei do navio novamente o capitão,

mas de ti, para sempre vou lembrar,

vendo em sua imagem, a pura emoção.

 

Tristeza? E o que mais sinto, 

não verei mais o labirinto,

que me levava a seu coração.

 

A noite, quando sozinho no navio,

olhando para a lua, altair, antares,

lembrando do marinheiro que partiu,

sem voce, navegando pelos mares.

 

Meu veleiro errante, 

vai para lugar distante,

longe de seus olhares.

 

Deu me amores, ternura, tantos carinhos,

desde o dia que nessa baía ancorei,

foram tão lindos,os nossos caminhos,

certeza,os mais belos que naveguei.

 

Adeus a ti, e ao verde monte,

terei só água no horizonte,

nas águas, seu rosto verei.

 

Voltar a te ver, nenhuma esperança,

triste verdade, uma dor que esmaga,

mas sei, não morrerá sua lembrança,

então, o coração do marinheiro naufraga.

 

Vejo a dolorosa saudade,

dos dias de felicidade,

chama que não apaga.

 

No leito macio que tantas vezes deitei,

estou sabendo, outros  irão frequentar,

não sentirá o perfume que lá deixei,

seus olhos, verão outros em meu lugar.

 

Ondas, água e o mar azul,

estou rumando para o sul

com a tristeza a me fitar.

 

Está na mente essa lembrança viva,

ninguem vê, não sabe a tripulação,

mas que traz minha mente tão cativa,

nas águas, nos mares, nos portos da solidão.

 

A onda, que na noite ecoa,

mexe comigo lá na proa,

só vejo a escuridão.

 

Está sem rumo o meu possante veleiro,

e não acredito,  o quanto em dias mudei,

não sou mais livre, do amor prisioneiro,

desde o dia, que essa linda mulher deixei.

 

Mundo de uma fantasia, 

dorme lá minha poesia,

e eu, até hoje não acordei.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 08/03/2022
Código do texto: T7468440
Classificação de conteúdo: seguro