Nunca estive preparada para me despedir

E de repente, eu me pergunto na expectativa de obter resposta advinda do coração:

Será que nessa vida alguém mais se despediu do seu grande amor no início de uma primavera sem saber que seria o último beijo, o último olhar?

Não falo sobre uma despedida que é a partida para a eternidade, a saber marcada pela passagem dessa vida terrena para o plano divino,

E sim de uma despedida involuntária, que você tenha beijado com mais intensidade que em qualquer outro encontro que teria continuidade posterior.

Ademais, que até mesmo o coração físico tenha acelerado mais durante o que você pensava que fosse mais um abraço...

Que a roupa tenha sido uma das mais bonitas do momento naquele guarda-roupa, mesmo que a ocasião não exigisse tanta solenidade na hora de se arrumar.

E tudo isso que eu relatei, foi sem saber!

Sem saber que aquele seria o nosso último beijo, o nosso último passeio, o nosso último filme.

Digo, o nosso último filme comumente assistido.

Mas será que o filme da nossa história já se encerrou? Ou posso eu dar a mão ao destino e esperar pelas próximas partes, cenas dos próximos capítulos?

Hoje me veio à memória,

Que sem eu saber naquele dia você levou o meu inverno, estação a qual nos conhecemos,

E com a primavera fiquei sem saber o que fazer quando me dei conta de que aquilo não se repetiria mais.

Sem exagero algum ao dizer, levou o meu melhor beijo, o meu imaculado afeto.

Levou o que tinha de amor em mim.

Só não sei se tudo isso ficou guardado, ou foi meramente dilapidado.

Ane Cardoso
Enviado por Ane Cardoso em 25/04/2022
Reeditado em 26/04/2022
Código do texto: T7502827
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