ÚLTIMA LÁGRIMA
(Meditação em um dia de finados)
Com este poema, quero homenagear o querido e saudoso Cônego Ernesto Almirio Arante (ex pároco da paróquia de Santo Antônio em Paraibuna SP) autor do livro "CONSTELAÇÕES"
Finados. Tange o sino tristemente.
Em cada sepultura vê-se um drama:
--Aqui geme uma viúva, e de repente
uma chuva de lágrimas derrama!
Além, junto a um sepulcro de criança
planteia uma mulher. O olhar desfeito,
contempla o frio berço onde descansa,
quem dormia, quentinho, no seu peito.
Ela contempla e chora. E lá no fundo,
o corpo inerte do filhinho amado
dorme sozinho um sono tão profundo...
não ouvirá a dor plangente ao lado.
Sobre o sepulcro eleva-se uma cruz.
Não suportando mais as cruas dores,
cai pronunciando o nome de Jesus,
e expira a pobre mãe por sobre as flores.
Acharam-na, aos´pés da cruz, já fria,
trescalando um perfume celestial;
E sobre a face branca aparecia
Uma lágrima pura de cristal.