ÚLTIMA LÁGRIMA

(Meditação em um dia de finados)

Com este poema, quero homenagear o querido e saudoso Cônego Ernesto Almirio Arante (ex pároco da paróquia de Santo Antônio em Paraibuna SP) autor do livro "CONSTELAÇÕES"

Finados. Tange o sino tristemente.

Em cada sepultura vê-se um drama:

--Aqui geme uma viúva, e de repente

uma chuva de lágrimas derrama!

Além, junto a um sepulcro de criança

planteia uma mulher. O olhar desfeito,

contempla o frio berço onde descansa,

quem dormia, quentinho, no seu peito.

Ela contempla e chora. E lá no fundo,

o corpo inerte do filhinho amado

dorme sozinho um sono tão profundo...

não ouvirá a dor plangente ao lado.

Sobre o sepulcro eleva-se uma cruz.

Não suportando mais as cruas dores,

cai pronunciando o nome de Jesus,

e expira a pobre mãe por sobre as flores.

Acharam-na, aos´pés da cruz, já fria,

trescalando um perfume celestial;

E sobre a face branca aparecia

Uma lágrima pura de cristal.

Menestrel do Amor
Enviado por Menestrel do Amor em 24/11/2007
Código do texto: T750315