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Hรก um *rio em minha vida,

um rio que passa calmo, suave,

lentamente, sem nenhuma pressa.

Ele abraรงa as margens de mim, beija

a terra da minha pele e me reverdece

a paisagem da alma, passa os seus braรงos

nas laterais do meu corpo, me abraรงa,

desliza a sua lรญngua d'รกgua nos sulcos

do meu rosto e do meu peito

e me cicatriza as feridas.

Este mesmo rio que enquanto passa

olha os saguis nos bambus das margens,

os gaturanos, os curiรณs, os sabiรกs...

Um rio cujas รกguas deslizam murmurando

o tempo inteiro uma deliciosa poesia.

Hรก um rio que insiste em mim, que persiste,

que nรฃo desiste de mim.

Um rio de alma infinda e corpo sinuoso,

um rio que me levarรก para novas

e encantadas eras, para luminosas paisagens

perdidas que me esperam, que me chamam,

que guardaram para mim

um cantinho onde serei feliz.

Os rios, todos eles, sรณ passam uma vez,

uma รบnica vez, o seu percurso nรฃo se repete,

mas este rio, o Piracicaba, este meu rio,

ele me espera na sua formaรงรฃo original,

ele me chama para me levar e para

me desaguar no seu mar,

para me desembocar no oceano

onde a felicidade me espera,

onde a felicidade espera por todos nรณs.

Estou indo, rio, estou indo.

Para navegar no teu leito.

Para que me inundes o peito

de alegria e contentamento.

Para ficar contigo, para namorar

as tuas margens, beijar o teu corpo,

ouvir o teu canto, dormir no teu leito.

Para ser teu, finalmente.

Me espera! Estou indo! Estou indo!

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*๐‘๐ข๐จ ๐๐ข๐ซ๐š๐œ๐ข๐œ๐š๐›๐š - ๐๐จ๐ฏ๐š ๐„๐ซ๐š - ๐Œ๐†