Os cinco sentidos da saudade

Ouço o barulho do vento,

Entre as folhas das árvores a soprar.

Sinto um exagerado frio me invadir.

E o que vejo?

Vejo em meio a um céu nublado e escuro

Uma única estrela que luta para brilhar.

Na verdade o que realmente vejo, é uma noite fria,

Talvez escura sem ter a luz do luar.

A falta machuca.

A saudade corrói um coração desvairadamente meticuloso.

No relógio os ponteiros congelaram,

As horas não passam.

Tudo parece difícil.

Não há ninguém.

O que me resta é a saudade,

Ler cartas de um amor esquecido,

Viajar para outro lugar,

Onde se pode ver o olhar,

Sentir o perfume,

Ouvir palavras doces,

Carregadas de um romantismo dissimulado,

E sentir novamente as mãos se tocarem.

Então,

Lágrimas me trazem de volta,

De volta ao mundo real,

Impedindo que se unam os cinco sentidos da saudade.

E agora de volta a realidade,

Quero sentir o perfume,

Quero ouvir a voz,

Quero ver a beleza do olhar,

Quero sentir o toque.

E apesar de não poder fazer nada disso,

Ainda assim,

Desvairadamente,

Tenho saudade!