Manto frio, onde cinge-se a saudade.
Saudade que se soma às saudades de remotas existências…
Assim se faz intensa, a refletir a tua já distorcida imagem.
Emerges como encanto pelos fluxos quânticos das carências,
A invadir meus sonhos, avessos ao uso de qualquer blindagem.
Os sonos são tormentas, a implorar pelas pretensas bonanças,
E as noites tornam-se palcos, a exibir “Os infernos de Dante”.
Tempos sombrios, quando o tártaro o desassossego alcança,
E um cenário taciturno me alerta, que nada, a tua volta me garante.
E nesse outono antecipado, a minha vida desfalecida é folha,
E o amor enfraquecido definha, a medingar migalhas de atenção,
A alma, entorpecida, busca a boemia amiga, que a acolha,
O hoje sorve a minh’alma e decreta o fim da indigesta ilusão.
Enfim, a luz reascende, a gente ascende às mais lindas veredas!
A solidão recomeços exige, esfria as camas, estanca os prantos…
Saudades passam, só não passam lembranças anexas às perdas.
A sedução se dissolve, se o seduzido resolve, desmistificar seus encantos…