Reunindo os Pedaços

 

Perdeu-se pela névoa da noite.

E brilho dos olhos ficaram opacos.

Viu o fim das etéreas ilusões.

Quis não deixar ir embora.

Mas foi-se e veio tristeza.

Quão eterna foi a efemeridade.

Marcou a ferro em brasa.

Destilou veneno que era doce.

E a ternura ficou rude.

E o cheio ficou vazio.

Tensão matou a calma.

O cristal fez-se em pedaços.

Cacos de sentimentos.

Fragmentos de emoções.

Sobras do que era essência.

Tarde demais.

Já passou da hora.

Não adianta tentar.

O presente incomoda.

O passado não morre.

Só morro eu mesmo.

Perdido em pedaços.

Rasgando fotografias.

Esquecendo o horário.

Invadindo as madrugadas.

Declamando às estrelas.

Pedindo piedade à lua.

Gritando em dores.

Calando-me em silêncio.

Fechando os olhos.

E só vendo você.

 

Gilberto Brandão Marcon

17/07/2001

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 28/01/2023
Código do texto: T7706079
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