Dura espera - Má Oliveira

Num culto involuntário

me pego diante do teu altar

elo misterioso

que o tempo não foi capaz de abalar...

visto o manto da saudade

que anuvia meu olhar...

falso riso em minha face...

me obrigando a disfarçar...

os pensamentos ainda se cruzam

neste adeus que não convenceu...

vidas interrompidas, divididas,

estranhamente... unidas...

e feito folha ao chão,

espero o vendaval,

que me leve até você...

e acalme meu coração

numa tempestade necessária

pro arco-íris atravessar...

e com tua digital novamente

me tatuar...

na cama, tão grande...

sufoco sem você

o abraço apertado da saudade

faz o corpo doer...

há quem chegue a duvidar

não tenho como explicar,

esse nós,

que a morte não conseguiu separar

feito fruta madura

esperando a colheita

tempo que não se estreita...

estou a murchar...

a porta não se fechou...

o fim não chegou...

a lágrima rolou...

a saudade não levou...

nem te afastou...

e neste oceano de dor

clamo pela hora do reencontro

com você, meu amor...

esperando ansiosa

ver estendidas tuas mãos carinhosas

num leve toque em você

eu poder renascer...

Gilberto Luiz

* 27/07/52

+ 12/12/99

Má Oliveira
Enviado por Má Oliveira em 12/12/2007
Reeditado em 12/12/2007
Código do texto: T775020