A Poesia da Relatividade.

Enxergamos despedidas

Tempo e lugares distantes

Borboletas antigas

Buscando uma pétala vaga

Pra descansar as velhas asas

Vagando sobre flores desbotadas

Que recobrem um resto de alegria

Que flutua na memória

Uma pintura

Uma palavra do Mestre

Arte rupestre do acender das luzes

Traz de volta à vida outras luas passadas

A felicidade primordial, rudimentar

A única que foi real

Vem romper com a ruptura

Em formato de palavra dura

E mostra uma flor que não víamos naqueles dias

Provando que o tempo não retrocede

Senão como saudade

Que nem mesmo a sede, uma vez saciada

Há de voltar às nossas vidas

Se despede, se despe de nós

Vai zunir nas asas de uma velha abelha

Fazer morada nas telhas

De uma casa há muito demolida

Tudo está pra sempre lá

Porém velho, desbotado e sem vida

Talvez seja essa a relatividade do tempo

A velha roseira ao meu lado

Sempre trará flores novas

A roseira nova do passado

Não há provas que tenha existido.

Edson Ricardo Paiva.