Saudade exacerbada (I)
"Toma-me inteira, oh saudade
Que conduz este coração brado
Pois a tua presença é a ave
Que alimenta a minha alma em fado.
Que a tua lembrança seja a corrente
Que me leve ao lugar que mora
Onde o passado e o presente
Convergem em um só momento que roda.
Oh saudade, a tua doçura
Encanta-me e me exaspera
Na tristeza que me tortura
Em recordar o que não mais espera.
Meu amor é pura lonjura
E o tempo já não nos sorri
Mas a saudade é a chave que abre
O baú dos momentos que vivi.
Que a tua lembrança, oh saudade
Seja a eterna luz que guia
E, mesmo longe, deixa em liberdade
Os instantes que eu vivi, um dia."