" SAUDADE".

Há! Saudade,

Nostalgia vingadora,

Força vil e propulsora,

Que me distorce as entranhas!

Tu avilta-me enfim o ego,

Minas aos poucos meu sossego,

Enlaça-me tal qual teia de aranha!

Há! Saudade,

Malfazeja e desumana,

Ataca-me com dor insana,

Molestando-me o corpo inteiro!

Tu que me fresta a emoção,

E que me faz silenciar a locução,

Ao molhar de lágrimas o travesseiro!

Há! Saudade,

És indigesto sentimento,

Absinto que amarga-me por dentro,

Na subsistência de indecifrável mal!

Tu que ages sem se importar,

E deslocas tantas coisas do lugar,

A desvirtuar nossa sina afinal!

Há! Saudade,

Pudesse eu, mandar-te-ia,

Fazer paradas em outra freguesia,

Livrar-me-ia de ti ser malvado!

Ia voar como livre passarinho,

Fora da gaiola seguro em seu ninho,

Em novos ares e voo assegurado!

Há! Saudade,

Tão indolente e sorrateiro ser,

Tens feito tantos fortes perecer,

No desalento abatendo o auto estima!

Tu és fonte de tantos devaneios,

E que não és o fim, mas sim um meio,

Das dores que aos homens amofina!

Há! Saudade,

És sensação que nos quebranta,

E quando não se espera se levanta,

Trazendo consigo a tal melancolia!

Para ti ninguém é forte e nem mofino,

Destroça-nos tal qual redemoinho,

E nos acompanha no decorrer dos dias!

Há! Saudade,

Ser indivisível e fogo interno,

A depender do ser, maior inferno,

Que nos arrasta a chamas ardentes!

Lavareda que faz em cinzas o sentimento,

Aniquila-nos, faz-nos morrer por dentro,

É ser hostil, que nunca sai da gente!

Cbaraujo.

15/07/2023.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 15/07/2023
Reeditado em 17/07/2023
Código do texto: T7837465
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