Foi uma noite de chuva
Nem sei qual
Estação ou ano
Ou quando
Talvez na primeira década deste século
Que foi uma chuva leve
Que caíra sob as luzes amarelas dos postes velhos
Nem sei como ou por que eu estou escrevendo sobre ela
Eu só sei que me lembro
Ou sinto, que foi uma das tantas noites calmas
Em que o meu pai era vivo
E todas as coisas daquele tempo
Foi uma noite comum, sem nada de novo ou diferente
Mas representa uma era da minha vida
Que se foi quando os olhos dele se fecharam para sempre
E mais uma esperança foi vencida
Tantas noites em que eu dormi com a mais absoluta certeza...
de que tudo seria o mesmo no outro dia
Em que eu o tratava como se fosse infinito
Também com aquele desdém
Sem saber ou alienado
Que aquele dia chegaria
E no agora desses versos
Depois do término do seu ciclo
Eu sinto falta de compartilhar o mundo com ele
Querido pai, você continua comigo