CARRO DE BOI

 

Ele está sumindo entre os canaviais,

só resta o seu barulho, agora se foi,

a bela paisagem, já não vejo mais,

desapareceu no verde, o carro de boi.

 

O carro enfeita essa parte do sertão,

mas sumiu,com o sol já no poente,

deixando o ínicio da noite,  na solidão,

ficou gravada a imagem, na mente.

 

Nada mais resta, nem sua poeira,

até o canto de sua roda já cessou,

talvez coberto pelo som da cachoeira,

que essa passagem tambem admirou.

 

Mas amanhã, logo no início do dia,

o verei novamente em seu trabalho,

quem sabe, continuarei a poesia,

vendo um boi, molhado no orvalho.

 

Queria ser desse carro, o carreiro,

como sonhei um dia, ainda criança,

não cheguei a ser sequer um tropeiro,

vi o carro, levando minha esperança.

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 06/09/2023
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