Perfil

Clarindo nasceu,

Fogos soaram;

Em berço de ouro,

Jamais repousou;

A vida campestre,

O alimentou.

Modesto cresceu,

Tantas desventuras;

Seu livro trazia,

A figura dos fortes;

Na família unida,

Buscou seu aporte.

Peleja de muitos;

Pauladas constantes;

Estradas compridas;

Degraus a galgar:

Um setenta de seca,

Foi difícil escapar.

A dureza dos dias,

O fez ser mais forte;

Da candeia a fumaça,

Cheirava o carvão.

E a labuta diária,

Na busca do pão.

Sem planos no olhar,

Nem mesmo promessas;

E na vida ia indo,

Seguindo o relento.

E nas preces a Deus,

Rogava proventos.

Os rugidos da luta,

Formavam bravuras.

Engrossavam as cordas,

E enchiam os barris.

A farinha na cuia,

Com tatu ou perdiz.

Bons ventos sopravam,

E na barra da saia,

Venta grande, barrigudo,

O rebento crescia.

Se traquino ou ranzinza,

Uma lapada ele tinha.

Aos trancos e barrancos,

E os desígnios da sorte,

Superava obstáculos,

Sem olhar para traz.

Metódico e atento,

Se torna rapaz.

Sensato, busca equilíbrio,

Com modéstia e destreza;

Sempre cultiva a razão,

E valoriza o saber.

Pois um dia na vida,

Espera vencer.

E aqui se relata,

Daquele o perfil;

Um produto do meio:

Mereceu, conquistou.

E também agradece,

A quem o ajudou.

Ailton Clarindo
Enviado por Ailton Clarindo em 08/10/2023
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