Saudades do meu Açores

Atravessei o mar...

Nem sabia aonde ia dar.

Aqui cheguei.

Mas meu coração lá deixei.

Quanto tempo faz?

Nem lembro mais...

Da memória apaguei o que por aqui passei.

Diante de mim um mar de azul sem fim...

Passa um veleiro.

Um lenço branco a acenar.

Saudade como veneno em minhas veia a entrar.

Lembranças do meu Açores:

Vila do Corvo onde nasci.

Toda a minha infância lá vivi.

Vila pequenina.

Casas branquinhas baixinhas.

Sobem encostas ruas sinuosas.

Ruas de uma limpeza intensa onde respiro amplidão.

Açor – arquipélago que abriga todo o meu amor.

Há lá um brilho de névoa no ar trazido pelo mar...

que todas as Ilhas está a circundar.

Hoje cá estou – neste Brasil varonil.

Meu coração, porém, lá está onde o mar carrega meu Açores nas mãos.