Última Quimera

Nas noutes frias das dolorosas ilusões,

E nestes sonhos de mórbidos letargos;

Verto os poemas nascidos das afeições,

Verto em prantos, tristonhos, amargos.

E nestes sonhos de tristezas tumulares,

Dentre o chorar plangente dos violinos;

Escuto vozes soturnas d’outros lugares,

Como a entoar ao longe os doces hinos.

Neste momento, sinto a tua fragrância,

Do que foi nosso amor, na exuberância,

Essência da paixão, fruto da primavera.

E para relembrar teus últimos encantos,

As rosas murchas, os lírios e amarantos,

Serão recordações, nossa última quimera.