SAUDADE

A saudade machuca

Como a ponta do aguilhão;

Corta o nosso fôlego

Joga-nos no turbilhão.

Inunda de tristeza

Essa forte correnteza

Que prende como grilhão.

O ausente tão presente,

Eternizado dentro de nós,

Os muitos bons momentos;

Como o tempo é feroz!

Um bravo leão predador,

Soco de um boxeador

Verdadeiro porta-voz.

Anunciando o temido fim

O prazo de validade,

Mostra que tudo passa

E o que resta e a saudade.

Saudade de quem partiu

Que foi de forma sutil

Numa estranha velocidade.

Espaço que não preenche,

Lacrado com nostalgia.

Cratera no coração

Não fecha com cirurgia;

Essa carência e agonia,

Que causa tedio, insônia;

Que mina nossa energia.

Mas o que nos fortalece

É guardar a lembrança,

Que nos faz rir sozinhos,

Renovando a esperança,

Que a lagrima cessará

E toda dor sarará

Quem acredita descansa.

Poeta Cupirense
Enviado por Poeta Cupirense em 26/12/2023
Código do texto: T7962475
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