Elegia para minha mãe

Já não dá para escrever uma letra sequer

Que não lamente a minh’alma a falta de você,

E meus rabiscos veementes apertam o papel

Como se marcasse para sempre meu imenso querer.

Às vezes, sinto as forças que me restam se esvaindo,

Quando lembro que em teu colo não posso mais pousar

Minha cabeça carente que insiste pelos seus carinhos,

Mas que só em pensamento se sente afagar.

Quantas palavras haviam de ser-lhe ditas

E que nunca, em tempo algum seriam suficientes

Para expressarem o amor que lhe era devido

Que hoje repousa em meu coração doente.

Quão profunda e ardente é minha saudade

E as lágrimas que correm molham o papel

Abafo um soluço na garganta dolorida

A tristeza do sorriso me lembra que estás no céu.

Agora, mãe querida, guardo a ternura de sua presença

E o vazio que deixaste ninguém nunca irá ocupar

Seu exemplo de virtude é que me impulsiona

A seguir em frente, sem jamais deixar de te amar.

Lú Garcia
Enviado por Lú Garcia em 09/01/2008
Código do texto: T810220