Aspirações

Quando das tuas idas para as montanhas

e bucólicos montes e íngremes morros

das natalícias terras de minas,

Por que demoras assim

poetisa, tão distante de mim!?

Agora que me abandonaste aqui "tadim"

na imensidão desta espera sem fim

depois de me adulares com o quindim

que há nas tuas poesias, meu serafim...

Quisera eu ser grande,

bem mais maior de grande,

enorme, desproporcional o bastante

para, num passo de gigante,

vencer distância colossal;

e romper a linha limítrofe de teu semblante

e sentir teus poros ofegantes

e repousar na sombra atenuante

de teus sílios brilhantes

esta saudade descomunal.

Quisera eu ser pequenino,

a milésima parte de um átomo,

imperceptível microorganismo minúsculo,

invasor das redes de fibra óptica;

para, obliteradas a convenção e a lógica,

alar na penumbra do crepúsculo

e espocar na âncora de teus braços

feito bolhas incontidas de quinino.

Cid Rodrigues Rubelita
Enviado por Cid Rodrigues Rubelita em 16/01/2008
Reeditado em 16/01/2008
Código do texto: T819720