Aspirações
Quando das tuas idas para as montanhas
e bucólicos montes e íngremes morros
das natalícias terras de minas,
Por que demoras assim
poetisa, tão distante de mim!?
Agora que me abandonaste aqui "tadim"
na imensidão desta espera sem fim
depois de me adulares com o quindim
que há nas tuas poesias, meu serafim...
Quisera eu ser grande,
bem mais maior de grande,
enorme, desproporcional o bastante
para, num passo de gigante,
vencer distância colossal;
e romper a linha limítrofe de teu semblante
e sentir teus poros ofegantes
e repousar na sombra atenuante
de teus sílios brilhantes
esta saudade descomunal.
Quisera eu ser pequenino,
a milésima parte de um átomo,
imperceptível microorganismo minúsculo,
invasor das redes de fibra óptica;
para, obliteradas a convenção e a lógica,
alar na penumbra do crepúsculo
e espocar na âncora de teus braços
feito bolhas incontidas de quinino.