À Eternidade

À Eternidade

Delasnieve Daspet

A bruma seca apertava o peito.

O entardecer se alongava,

ao longe a terra abraçava o infinito,

pairava no ar uma tristeza

que convidava a quietude, a reflexão.

Tudo calado, o calor dominava o ar.

O rio silencioso sequer tremulava...

De repente o vento surgiu do meio do nada,

chicotando as árvores, quebrando galhos,

fazendo voar as folhas secas,

quebrando, das águas, a mansidão...

O calor abafou o ar, o céu escureceu.

Chuva, raio, vento ardendo as faces,

gotas de água misturadas as lágrimas,

amargas pelo medo e ansiedade

do longínquo instante do ser humano!

Há lugares onde não se pode voltar,

Há lugares onde é preciso voltar,

Há lugares que não se deve voltar,

Há coisas que não se pode tocar

Apenas sentir... pois é impossível

mudar a música de nossa alma.

Eternidade te ofereço toda a saudade que sinto,

Espelhada na luz da lua, magia do porvir.

Eterna sou - para descobrir que é permante a vida,

ainda que ao olhar só veja a escuridão

de um sonho impossível!

*** Delasnieve Daspet

Campo Grande-MS, 22,47 hs - 04.11.05

Delasnieve Daspet
Enviado por Delasnieve Daspet em 25/01/2008
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