MANTO NEGRO

MANTO NEGRO

Deitei-me sobre o sofá

em que o tempo amarelou os sonhos

O sol ainda era vivo

e as fotografias não sorriam na parede

e também amareladas

O relógio tinha que tá, tinha que tá

mas não tá. (esta foi a única coisa que o tempo parou)

O tempo não pára

O chá posto na mesa perdera o quente

o morno,

agora frio, sem gosto

O aroma alecrim da vida

Se perdeu na infância

que se perdeu na memória

A noite cobrira-me de negro

enquanto minha pele escorreu um pouco

embaixo dos olhos

O passado passa em descompasso

não delimito o espaço

traço a vida passo a passo

Mas agora que a noite me cobriu...

Agora que o chá não tem mais gosto...

O relógio tinha que tá, tinha que tá

mas não

(Todos os poemas expostos nesta página estão registrados pelos direitos autorais)

Clebber Bianchi
Enviado por Clebber Bianchi em 26/01/2008
Código do texto: T833516