Minha rua

Aquela não é mais a minha rua,

Já não é mais a mesma rua, aquela.

Onde está minha casa feliz?

Não mais posso entrar dentro dela.

Uns dizem que é o progresso,

Outros dizem que o tempo não volta,

Que ao passado não há retrocesso,

E o presente faz fechar-lhe a porta.

Só me restam agora as lembranças

Da acolhedora casinha amarela,

Onde minha mãe a cantar sorridente,

Não reclamava da vida singela

E meu pai ao sair pro trabalho,

Nos abraçava e beijava, contente,

Prometendo que na volta traria,

Guloseimas e paparicos pra gente.

São retratos desse tempo tão lindo,

São resquícios a desfilar na lembrança,

Em que a vida eternamente sorrindo,

Parecia também ser criança.

Sei que agora só resta a saudade.

Daquela simples casinha amarela,

Onde a paz, o amor e a felicidade,

Não se cansavam de morar dentro dela.

Ao passado me volto saudoso,

Por instantes eu retorno à infância

Ao meu tempo tão calmo e ditoso,

Em que a alegria era uma constância

E tudo eras simples, belo e gostoso.

José Antonio Siqueira
Enviado por José Antonio Siqueira em 16/12/2005
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