O NAMORO DE ANTIGAMENTE

O namoro de antigamente,

Perdoem-me os que atualmente,

São seres adolescentes,

Mas era muito mais eloqüente.

Precedido pelo flerte, vou explicar,

É a paquera de hoje, tipo vestibular,

Um teste difícil de passar,

Se um ao outro não aprovar.

Depois desta fase de especulação,

Acontecia o namoro e a paixão,

Encontros esparsos, em segredo,

Pois a exposição metia medo.

Depois de um tempo passado,

Receio de serem flagrados...

Nem se pegava na mão,

Apesar da grande intenção.

Após este acontecimento,

O desejo, no momento,

Era tentar um carinho

E em seguida, um beijinho.

A garota, que se derretia,

Com todo o pudor, resistia,

Era uma coisa normal

Adiar um ato mais sensual.

O garoto, tentava com insistência,

Até que um dia, como clemência,

Ela concede o esperado beijinho,

Que não passava de um " selinho ".

O primeiro grande beijo sonhado,

Como nos filmes, apresentado,

Acontecia muito tempo depois,

Para o deleite dos dois.

E o rapaz, mais assanhado,

Tentava coisas mais quentes,

Mas tudo era negado,

Da forma mais veemente.

Depois de um ano de pleito,

O máximo alcançado,

Uma apertadinha nos peitos,

Deixando ambos tarados.

E os namoros duradouros,

Naqueles anos de ouro,

Tinham a mesma duração,

Dos cursos de especialização.

Aí é que vinha o noivado,

Prova de fogo ao garoto,

Tinha que ser aprovado,

E o velho, com o nariz torto...

Queria saber de tudo,

Verdadeira sabatina,

O homem sempre sisudo,

Severo pai da menina.

Tinha que haver economias,

E saber a profissão,

Dispensava mordomias,

Mas a ela, tudo de bom.

Finalmente o casamento,

A noiva virgem de branco véu,

E o sonhado " rompimento ",

Exclusivo na Lua-de-Mel.

E, para terminar,

Caros jovens do presente,

Ninguém " ficava " por ficar,

Mas se ficava para sempre.

Auro.