POR ESSES DIAS

É estranho,

Mas não consigo lembrar da tua imagem,

A mesma que freqüentou as minhas retinas

E os meus sonhos por meses.

É bizarro,

Sequer sou capaz de reconhecer a tua voz

De lembrar teu sobrenome

E das tuas manias malucas.

Parei de contar os dias

E sequer percebi quando isso ocorreu.

Deixei de inventar alegria

De recriar amores e me medicar.

Tentei por hora escavar as lembranças do meu peito,

Porém vir-me embasbacado ao constatar

Que elas já não representam nada,

Insoluvelmente nada.

Nem mesmo o teu cheiro

Manteve-se intacto na minha pele,

De outrem, mas era isso que queria dizer

Porém não soube como explicar.

E o amor?

Então, disso eu não sei.