MINHA FILHA
Ainda bem pequenina, nas primeiras lágrimas,
Quando a embalava com meus cansados braços.
Via sua rósea e delicada face de anjo,
Quanta meiguice e pureza em seu olhar.
Eu pude com meus emocionados lábios beijar.
O tempo passou e essa linda flor desabrochou,
Meu orgulho foi crescendo com tanta formosura.
Oh! quantas horas não passei ali sentado,
Seus cabelos loiros e cheirosos a acariciar.
Quantos momentos de ternura eu admirei.
Não fui sequer o grande ídolo sonhado,
Mas por ela todo o meu amor foi dedicado.
Eu um pai tão jovem, que vi meu sangue,
Por um sublime amor surgir em minha vida.
Minha filha ! Minha pequena e adorável.
Que me prende aos orgulhos da vida,
Se errei não sei se serei punido pela dor,
Choro aos pés da cruz e padeço de saudade.
Aquela linda e formosa rosa púrpura,
No exílio de um pai com o coração partido,
Sinto a falta de minha adorada princesa.
Sinto um enorme vazio com a sua ausência,
Foram tantos anos de toda atenção dedicada.
Sua presença de orgulho sempre me alegrou,
Meus simples e sinceros carinhos a ela ofertados.
Sei que sofro uma amarga dor pela distância,
De um amor verdadeiro de pai que nunca morreu.
Por força do ingrato e cruel destino; hoje separados.