COMEÇO DO FIM...

Vai-se embora aos poucos, lentamente,

toda a vitalidade ruindo...

No peito a saudade é flor latente,

resquício de primavera se indo...

Morre o sol; o outono segue em frente,

e o frio que me abraça é quase infindo...

Dentro d!alma a neve alvinitente,

prenuncia o inverno que vem vindo...

Mas, Ó Deus! Possa eu forças ter ainda,

pra plantar na vida que se finda,

as flores que bani do meu jardim!

Tenho certeza... Hei de colhê-las,

aqui, ante o brilho das estrelas,

muito antes do começo do meu fim!

Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 03/01/2006
Código do texto: T93741
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