TINTA DO TEMPO

Na solidão do meu quarto meu coração quase chora

Por querer quem tanto amo e viver com outra agora

Eu sei que você inclusive da mesma sina padece

Querendo ficar comigo mas a sorte não se oferece.

Que legal se a gente pudesse tirar da nossa cabeça

E enterrar a saudade antes que a dor aconteça

Mas o vestígio da lembrança é igualzinho a nossa voz

Pela estrada da vida, vai estar sempre em nós.

Lembrança vai e não me faça buscar um amor tão distante

Se o amar nos faz viver, prefiro até ser amante

Do que adianta amar quem de fato já não existe,

É como plantar uma flor e dela não tirar o cisco.

Tire da nossa cabeça, momentos bons e sofridos

Longos caminhos que um dia por nós foram percorridos

Extingue com a tinta do tempo as nossas marcas vividas

Como os rios que secaram apagando tantas vidas.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 08/01/2006
Reeditado em 12/01/2006
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