FERA FERIDA

Quando, já exausta, me deito,

implorando ao sono que venha,

me bate forte a saudade,

que sem por mim ter piedade,

pelas lembranças se embrenha...

Como alimento da insônia,

começa sua incursão:

Penetra na minha mente,

planta da dor a semente

e aduba com a solidão...

Agarrando em minhas mãos,

para o passado me arrasta,

frágil, triste e abatida,

como uma fera ferida,

mais, essa dor me desgasta...

Nem mesmo um sonho de amor

para as sombras afastar,

só mesmo o peso da dor

da saudade a lacerar,

trazendo a mim as miragens

criadas pelo desejo

de um amor que tão distante

em mim não pensa um instante,

nem mais deseja meus beijos...

Arianne Evans
Enviado por Arianne Evans em 10/05/2008
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