Eu morri enforcada
E meu espírito carregou a traição.
Anos a fio
Eu arrastei as cinzas do meu coração.
Por caminhos sem fim
Onde começa a caminhada. Começa mas nunca termina.
Pela estrada da Morte
Nem parece mais, que sou apenas uma menina.
Eu nunca escutei ninguém
Achava que a verdade era só minha.
E nesta crença infeliz foi que depositei minha vida e minha alma
Junto àquelas ervas daninhas.
No fundo eu só queria
Todo o tempo eu só procurei
A minha salvação.
Tentar sair de uma vida que não me agradava, foi assim que errei.
Porque a mentira pode viver em qualquer esquina
E a traição não escolhe hora.
A maldade vive sempre onde menos se espera
E a Morte pode vir sem nenhuma demora.
Era apenas uma criança quando
Meu pai trouxe o meu caixão
E eu fiquei olhando para àquilo
Sem entender a razão.
Ele tentou tirar a corda do meu pescoço
Mas o nó não quis sair.
Ele rogou a Deus que recebesse o meu espírito, antes de depositar meu corpo,
Mas o meu espírito não quis sair.
Meu pobre pai tornou-se um assassino, viveu e morreu assim
Minha pobre mãe deu um banho de sangue no mundo, e morreu louca
E tudo isto aconteceu
Única e exclusivamente por minha culpa.
Quem me traiu e me matou
Já morreu, e novamente já voltou
E estão à caminhar pela Terra
Meu pai está no Inferno
Minha mãe também já voltou, e continua como ela sempre foi.
E eu estou nas sombras, nem viva nem morta