Um Poema Para Mãe e Filha Ao passar pelo cemitério Vi uma caveira chorando Era muito pequenina a caveira, Não deveria ter mais que cinco anos. O que houve, pobre caveirinha, Qual a causa de tanto sofrer? A sua dor não teve um fim Nem mesmo após você morrer? Minha dor jamais terá fim Pois foi a traição quem me matou Bruxas malvadas fizeram muita ruína na vida de inocentes E colocaram a culpa em mim, pobre criança que a Morte não calou E morrendo assim não morre-se Pois um injustiçado nunca poderá descansar Até que seus algozes virem pó Até que sejam obrigados a seus crimes pagar E sofro muito A padecer no frio desta tatumba * A padecer de sede e de fome Tudo por causa desta maldade imunda Pois então não chore, pobre caveirinha Nem toda bruxa é ruim E para provar isto, cuidarei de ti Seremos mãe e filhinha assim Eu adoro caveiras E de bom grado cuidarei de ti Até vou te comprar um bercinho De pura renda preta e forrada de escuro cetim Sim, toda bruxa é ruim Somente o tempo é que irá te dizer O que hoje para ti é puro encantamento Amanhã será um puro sofrer. Mas estou muito feliz agora Pois serei teu bebezinho Mas não saberás meu nome, pode chamar-me como quiser E só o tempo te dirá porque me encontraste aqui sozinho. As Trevas atraíram-te a este cemitério Mas não tema nada, mamãezinha Pois a justiça nunca falha E comigo ao te lado, jamais estará sozinha. * Catacumba em linguagem infantil