O poeta suicida
Andei por ruas úmidas e escuras, descalço sobre o lodo da terra.Caminhei sem destino sobre o frio abandono, sem saída, perdido, sem vida. O céu estava vermelho, e as nuvens negras lançavam lagrimas frias sobre mim.
Vi olhos pálidos, entristecidos. Faces cansadas e oprimidas, olhos vazios e melancólicos. Peles sujas como o breu e mãos atadas contra o céu. Os pés pesados em passos cansados, de olhos sempre baixos. A cidade estava morta, assim como eu. A lua não nos contemplava mais com sua companhia, talvez se brilhar de novo, nova vida se ascenderia.
Cheguei a ponte, do alto à água corria violenta e escura. Saltei, meu corpo se chocou com a água, e já não viram mais nada. Meus pulmões explodiram. As sensações me invadirão, e na escuridão eu adormecia. As águas escuras e profundas me guiam para longe, longe de todos, longe de ti, longe de mim...