FRUTO DA VIOLÊNCIA

Nascestes na pobreza,

Na nudez econômica,

Na indeferença dos que amam,

No bordar de rubro a imaculada cama,

No soluço de dor da mãe enfraquecida.

Viestes à terra como todos nós viemos,

Mas sem a conquista de espaço dos que aqui estão.

Surgistes da exclusão que grassa nosso mundo,

Nascetes da misera situação volência,

Na busca de carinho e não apenas do pão.

Viestes puro no lodo da hipocrisia,

Na solidão e desencanto daquela que o pariu,

Posto ser resultante de um estupro,

Onde o medo incessante sequer poesia viu.

Mácula triste e indelével ,ausente fantasia,

Premido pelo horror o tempo te assumiu,

Viestes a germinar no cerne ofendido,

Marcado pela dor, na recusa dos oprimidos.

Serás talvez um peso sem qualquer sentido,

Apontado por todos sem nenhum pudor,

E ela em silêncio caminhará contido,

Trará presa à lembrança a detestável noite de pavor.

CRS 12.07.08

TEACHER
Enviado por TEACHER em 12/07/2008
Reeditado em 13/07/2008
Código do texto: T1077195
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