Cabra-cega

Expectativas correm a esmo

Procuram algo em que se abrigar

Mal sabem elas:

Mesmo à procura mais desesperada

Tudo a que acorrem, risonhamente,

Insiste em se esquivar

Resta pouco, ou quase nada

Diante do que as assiste vagar

Afinal, o que esperar de algo indefinido

Que, como na brincadeira infantil

Afasta-se, em fuga, sem cessar?

A brincadeira não termina, porém

Vidas escorrem sem que ela chegue ao fim

Pobre dos que têm expectativas

E que buscam amparo,

Igual a mim...

Ana Pismel
Enviado por Ana Pismel em 16/07/2008
Código do texto: T1083002
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