INDAGAÇÕES...

 
Em noites de afasias,
oculto um corpo rendido
nos espaços entreabertos,
sons confusos e indefinidos...
No entanto, o longe é tão perto
e minhas mãos continuam vazias!
 
Em envelhecidas paredes nuas
um olhar não definido, solto
nas Ártemis das madrugadas,
grafando antigos retratos...
Alma crua em  lua embriagada...
Saudades suas!
 
Momentos em tons dissonantes,
sentimentos em dor, trançados
à nudez da pele suada e fria...
Solidão é muro alto, estrada sem rumo?
No sonho-felicidade que foi embaçado
ou, por mentiras, desviou-se  do alcance
da sã lucidez, que à visão alumia?
 
O eterno é qualquer instante,
horas em tempo não o alcança?
Sendo inconstante o seu amor,
apenas qualquer locatário eventual
numa procura insana e constante,
serei eu, canteiro sem esperança,
simples sementeira casual?...
 
30/01/2008

 

Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 20/07/2008
Reeditado em 16/10/2009
Código do texto: T1089573