Sem despedidas

Em lembrança da discreta amiga Ilza Pereira da Silva (inverno de 2008)

Ela não se despediu. Simplesmente se foi...

Inesperadamente causou desconforto

Assustou os amigos, amigas, conhecidos e desconhecidos

Deixou saudades.

“A coisa foi de repente”, nos disse um conhecido.

Ela estava tão feliz

No dia anterior conversou e ouviu há muitos

Entregou cartas, contas, documentos, abriu olhos e sorrisos.

Limpava as partes do prédio

Avisava dos problemas e olhava com galhardia àqueles de sua responsabilidade

Foi amada e, em sua complexa simplicidade, tornou-se a nossa porteira

Parecia satisfeita, mas enganou a todos quando se foi

Ilza faleceu e nos comoveu

Deus – em seus infindáveis segredos – a chamou.

Talvez na hora certa. Quem vai saber...

Ficamos tristes e assustados com sua partida

Mas um leve alívio me veio no vento frio no dia em que partiu

A certeza de que ela está na presença de DEUS, “porque a vida é muito pior”.