"Neblina"

Há dias me sustento aqui

Olhando através da cortina

A névoa da fria neblina

Que o meu coração desanima

O verde se torna opaco

Os pássaros se encolhem nos ninhos

Um frio de almas perdidas

Onde mal se ouvem burburinhos

Tudo tem tom de cinza

Parecem feitos de nada

As árvores e os jardins

Tal pintura mal acabada

Falta um ar de alegria

Que anime a paisagem

Falta um sol para aquecer

Essa insípida paisagem

Melancolia estampada

Nos rostos dos passantes

Que insistem em sair às ruas

Como a esquecer o antes

Porém seus olhos os entregam

Não têm brilho, e na verdade esperam.

Que o sol ressurja por trás das montanhas

Colorindo tudo com artimanhas

Eu ainda aqui, nesta janela

A espera de algum sinal

Que me dê prova singela

De que já está por vir um final

Quantos dias ainda me esperam?

Onde estarão minhas flores?

Quantos sofreres me restam

Onde estarão meus amores?

Derrotada, ainda me permito

Mais um tempo a observar

A neblina fria e fina

Que insiste em maltratar.

Eliana Braga

Gaivot@

15/02/06

00:43hs

Eliana Gaivota
Enviado por Eliana Gaivota em 15/02/2006
Reeditado em 18/09/2008
Código do texto: T112307
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