FLOR SOFRIDA
Sozinha a flor gemia, e de suas pétalas, caia como um pranto
as últimas gotas de orvalho d'aquela madrugada.
E só a escuridao da noite que lhe acompanhava os movimentos,
foi testemunha d'aquela desolação.
Até os pássaros que por ali cantavam voaram para bem longe,
a fim de seu pranto poder esconder.
Já nada lhe restava, dela não se podia ver a beleza,
e nem sentir o doce aroma de outrora.
Só espinhos que lhe cravavam o peito, apenas a dor a sua companheira.
Num instante de delírio quis a flor apagar seu pranto, e sem pensar em
mais nada em sua vida, curva-se e atira-se às águas verdes do mar.
Pobre flor! triste vida de quinze primaveras ,que se foi para
não mais voltar.
Não lhe puseram na última morada.
Não lhe colocaram o manto branco da pureza.
Nada, e só nada ,agora existia.
Nada para pensar, nada para querer, nada para sonhar...
só a dor de antes,
só a tristeza que havia
só o murmurar das ondas
só lamentos prá se ouvir.
Sò lágrimas a rolar...
Trimena