FLOR SOFRIDA

Sozinha a flor gemia, e de suas pétalas, caia como um pranto

as últimas gotas de orvalho d'aquela madrugada.

E só a escuridao da noite que lhe acompanhava os movimentos,

foi testemunha d'aquela desolação.

Até os pássaros que por ali cantavam voaram para bem longe,

a fim de seu pranto poder esconder.

Já nada lhe restava, dela não se podia ver a beleza,

e nem sentir o doce aroma de outrora.

Só espinhos que lhe cravavam o peito, apenas a dor a sua companheira.

Num instante de delírio quis a flor apagar seu pranto, e sem pensar em

mais nada em sua vida, curva-se e atira-se às águas verdes do mar.

Pobre flor! triste vida de quinze primaveras ,que se foi para

não mais voltar.

Não lhe puseram na última morada.

Não lhe colocaram o manto branco da pureza.

Nada, e só nada ,agora existia.

Nada para pensar, nada para querer, nada para sonhar...

só a dor de antes,

só a tristeza que havia

só o murmurar das ondas

só lamentos prá se ouvir.

Sò lágrimas a rolar...

Trimena

TRIMENA
Enviado por TRIMENA em 15/08/2008
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